Quartos pra adolescente nenhum botar defeito!

Quem disse que adolescentes não sabem o que querem? Sabem tanto que eles mesmos vão às
compras para escolher cada componente de seu quarto ou orientam os profissionais
encarregados da tarefa.

Paredes enchem-se de miudezas

Preto e madeira. Assim Maria Billio definiu a base da nova decoração de seu quarto, presente
que a estudante escolheu para marcar seus 15 anos. Sem a preocupação de comprar tudo
novo, o que Maria desejava mesmo é que o ambiente fosse aconchegante e, ao mesmo
tempo, despojado, sem formalismos.

Para começar, ela não queria mais saber da velha cama de estilo marquesa – aliás, não queria
mais saber de cama nenhuma. E por que deveria ter um guarda-roupa convencional? No lugar
desses dois móveis, preferiu um colchão alto disposto sobre dois pares de paletes empilhados
e um armário aberto, com duas gavetas e espaço para sapatos.

A estante, onde mantém parte de seus livros (o restante fica na casa do pai), e a poltroninha
andavam meio sem uso na casa – reaproveitados, formaram o cantinho onde a garota passa
horas lendo sob a luz do abajur de chão, repaginado com uma nova cúpula. Já a cortina teve a
barra erguida para não esconder a parede preta do tipo lousa que Maria e a mãe pintaram.


Base resolvida? Que venham os acessórios, quase todos escolhidos em home centers:
luminária pendente, miniterrários de vidro, vasinhos com suculentas e cactos, adesivos e
prateleiras de formatos variados, que se somaram a fotos e lembranças emolduradas. E, como
em todos os quartos anteriores de Maria, coube à avó materna bordar as capas das almofadas,
estrelas da nova cama.



Street art em casa


Saco de pancada, skate, uma pintura que lembra um grafite… Alguns dos principais gostos do
jovem dono deste quarto estão representados neste projeto, tanto que foi ele mesmo quem
pautou a arquiteta. “Este ambiente surgiu 100% da cabeça do garoto, na época
com 15 anos. Ele fez um desenho e mostrou ao artista Leandro Spett, que soube traduzir a
ideia na parede”, diz a arquiteta. “A arte foi criada e o jovem foi aprovando cada etapa, desde o
desenho até o posicionamento e as cores.” Já que a base seria cinza, branco e madeira,
qualquer outro tom se encaixaria facilmente.


O mobiliário tem desenho minucioso a fim de fazer render a área de 10 m². Daí a cama cuja
base é integralmente aproveitada, metade por uma gaveta, metade por um nicho para um
futon. “Esse futon tem dupla utilidade: serve como colchão quando há algum amigo para
dormir e, dobrado, funciona bem como um assento no chão”, explica a arquiteta. O trecho
abaixo da TV ainda oferece um baú, pensado para guardar travesseiros e itens de cama
quando não estão em uso.


A escrivaninha também tem seus truques, pois soma um aparador com gavetas fixo na parede
e uma mesa com rodinhas, que se movimenta pelo quarto e vai até a cama, se o garoto quiser
desenhar sentado nela. Como o guarda-roupa não é muito grande, até o vão sob o aparador
ganhou uso, ocupado por um armário – pouco profundo, ele deixa algum espaço para as
pernas quando o garoto resolve trabalhar ali. Mas reparou que não existe uma cadeira? Ficou
combinado com a família que, quando ela fosse necessária, viria emprestada da sala de TV.
Afinal, para que ocupar espaço com o que não é essencial?



Fonte: Meu Móvel de Madeira.